Estes dois investigadores colaboraram na investigação sobre a região dos concelhos de Vila Velha de Ródão e de Nisa, procurando esclarecer a evolução geológica e da paisagem durante o Cenozóico.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
DIA INTERNACIONAL DO PLANETA TERRA
Estes dois investigadores colaboraram na investigação sobre a região dos concelhos de Vila Velha de Ródão e de Nisa, procurando esclarecer a evolução geológica e da paisagem durante o Cenozóico.
sexta-feira, 30 de março de 2007
MAMÍFEROS EM EXTINÇÃO
Nos Estados Unidos e no Canadá o número de bisontes americanos diminuiu drásticamernte devido à intensa caça a que foram submetidos para proporcionar carne aos construtores dos caminhos de ferro. Estes herbívoros podem chegar a pesar uma tonelada e medir três metros de comprimento e dois metros de altura. Caracterizam-se pela bossa no pescoço e pelo grande colar de pele lanosa. No Inverno, alguns rebanhos deslocam-se para zonas mais quentes em busca de alimento, enquanto outros escavam na neve para encontrar pequenas zonas de pasto. No verão os machos lutam ferozmente pelas fêmeas. O seu tempo de vida é de 30 a 50 anos. Hoje, nas pradarias do longínquo oeste americano, já só restam cerca de 2500 exemplares.
Na Ásia observa-se um discreto equilíbrio da fauna, dado o respeito religioso pelos animais. No entanto, ao sul da Ásia o rinoceronte sofre uma caça intensa e absurda, por se acreditar nas qualidades mágicas e curativas dos seus cornos e de outras partes do corpo. O rinoceronte da Índia é a variedade maior deste animal em toda a Ásia. Tem um único corno, que chega a medir 40 centímetros. De facto não é verdadeiramente um corno, mas um feixe de pelos fortemente unidos entre si. Este animal tem uma altura semelhante à de um touro e pesa mais de duas toneladas. A sua pele é muito grossa, com pregas profundas que parecem placas de blindagem e protuberâncias semelhantes a rebites. Com este aspecto é natural que muitos pensassem tratar-se de um animal couraçado. De facto, um rinoceronte em investida parece um tanque de assalto. Infelizmente a "armadura" não o protege das balas dos caçadores que o procuram para vender a sua pele, os seus cascos e, especialmente, o corno, muito apreciado pelos curandeiros orientais. O seu tempo de vida oscila entre os 30 e 47 anos. Actualmente restam uns mil rinocerontes na Índia, que vivem em reservas protegidas.
Enciclopédia da Ciência Ilustrada, Abril Cultural,1973, p.3244-3247, Vol.10;
http://sotãodaines.chrone.pt
A FLORESTA TEMPERADA
A diferenciação estacional nas florestas temperadas é bastante acentuada. A Primavera é caracterizada pelo verde intenso das folhas e pelas mais variadas flores. A folhagem das árvores, que no Verão é verde, começa, na chegada do Outono, a tomar tons avermelhados, acabando por cair.
Há milénios que o Homem se tem concentrado, preferencialmente, no hemisfério norte, onde têm surgido os mais importantes progressos da sociedade. As grandes variações térmicas e as alterações climáticas agem como estínulo a uma contínua adaptação dos organismos vivos. Os animais e as plantas, pela contínua luta com o ambiente, muitas vezes hostil, sofrem constantemente um processo evolutivo, de forma a tornarem-se aptos a enfrentar o dinamismo ambiental.
A intervenção do Homem nas regiões temperadas tem destruído vastas áreas de floresta, para utilização dos solos na agricultura, pelo que, actualmente, a floresta temperada, com características primitivas está limitada a poucos milhares de quilómetros quadrados. A diminuição da área florestal implicou a redução da população animal nessas regiões e muitos deles modificaram o seu regime alimentar, que, em parte, é constituído pelo que conseguem no solo aberto e cultivado pelo Homem.
Amendoeiras em flor, Foz Côa, 2007
A fauna da floresta temperada é constituída por espécies de pequeno porte que migram ou hibernam. As aves são, predominantemente, migradoras, como o pica-pau verde, alguns pequenos mamíferos, répteis, anfíbios, moluscos e artrópodes. Os roedores que não se delocam, tal como as lebres e os esquilos, trocam de pelo com a chegada do inverno, mas o índice de mortalidade é muito elevado quando chega o frio. A marmota, que é um pequeno herbívoro roedor hiberna, tornando-se uma presa fácil para os predadores. A comunidade ecológica animal da floresta temperada é constituída por lobos, raposas, javalis, cervos, infelizmente, quase todos, actualmente, em vias de extinção.
Nos riachos, charcos e lagoas das águas das florestas temperadas, existem peixes, rãs, salamandras, sapos e grande variedade de insectos.
PRODUÇÃO - alimentos, combustíveis, água potável e recursos genéticos;
REGULAÇÃO - clima, controlo da erosão, doenças humanas e purificação da água;
SUPORTE - produção primária, produção de oxigénio, formação de solo;
CULTURAIS - enriquecimento espiritual, desenvolvimento cognitivo e experiências de reflexão, de recriação e estéticas.
A Biodiversidade é constituída pelos organismos vivos de todas as origens, incluindo os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais esses organismos fazem parte. Os produtos da biodiversidade incluem muitos dos serviços produzidos pelos ecossistemas, como alimentos e recursos genéticos, pelo que as mudanças da biodiversidade influenciarão todos aqueles serviços. No entanto, é de realçar o valor intrínseco da diversidade das espécies vivas independentemente do papel importante que a biodiversidade tem no fornecimento de serviços pelos ecossistemas.
As mudanças dos ecossistemas pode ter pouco impacto em dias ou semanas, mas apresentam um impacto marcante no decurso dos anos, década após década. De acordo com Millennium Ecosystem Assessment, conforme referenciado em "Ecosystems and Human Well-Being: Biodiversity Synthesis", a floresta temperada apresenta impactos negativos na biodiversidade, nomeadamente:
- elevada mudança de habitat, com itendência de mpacto decrescente;
- baixa mudança climática, com tendência de crescimento muito rápida;
- baixas espécies agressivas, com tendência de crescimento muito rápido;
- moderada exploração, com tendência de impacto continuado;
- poluição (nitrogénio e fósforo) moderada, com tendência de crescimento muito rápido.
As regiões de floresta temperada mostram tendências de subidas acentuadas em alterações climáticas, espécies invasoras e poluição, o que influenciará, muito negativativamente, a curto prazo, a biodiversidade dessas regiões, se não forem tomadas medidas adequadas e urgentes.
É preciso contrariar os impactos negativos sobre a biodiversidade se quisermos continuar a ver as explosões de cores e a ouvir os sons primaveris, a seguir ao silêncio do Inverno....
PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERÊS
O bosque de carvalho-negral ocorre em maiores altitudes, entre os 1200m e os 1400m, no chamado piso de montanha. Além do carvalho-negral (Quercus pyrenaica), podem encontrar-se o mirtilho (Vaccinium myrtillus), o azevinho (Ilex aquifolium), o vidoeiro (Betula celtibérica e Bétula pubescens), o teixo (Taxus baccata) e o pinheiro.
Acima dos 1400m subsistem o zimbro e os arbustos rasteiros.
Existem ainda algumas espécies autóctones, tais como o feto-do-Gerês, o lírio-do-Gerês e o hipericão-do-Gerês.
Lírio-do-Gerês
A FAUNA
Estão recenseadas 226 espécies de vertebrados protegidas pela Convenção de Berna, das quais 65 pertencem à lista de espécies ameaçadas do Livro Vermelho de Portugal. O isolamento em que permanecem as altas zonas serranas e as condições favoráveis do meio permitiram que se mantivessem aqui espécies hoje raras e únicas no mundo, como é o caso dos garranos selvagens (Equus caballus). O garrano é um cavalo de pequeno porte que corre pelas serras do Parque e que não é estranho a quem o visita. Muitos deles já não são selvagens e pertencem aos aldeões, mas andam soltos pelas serras.
Subsistem também o javali, a raposa, o texugo, a lontra, o gato-bravo (Felis silvestris), a fuinha, o musaranho-dos-dentes-vermelhos (Sorex granarius), a marta (Martes martes) e o esquilo (Sciurus vulgaris).
Há também espécies que têm vindo a desaparecer, como o lobo e o corço, para além do garrano. O lobo (Canis lupus), quase extinto em todo o país, ainda subsiste na Peneda-Gerês, embora com pouca representatividade. Tido como predador de gado, sofre com a perseguição do homem e com as alterações do seu habitat, nomeadamente com o desaparecimento de várias espécies que constituem a sua alimentação.
Lobos
Raposa
O corço é um animal florestal parecido com o veado, apesar de o seu porte ser muito menor. Existem também texugos e gatos bravos.
A comunidade de morcegos presente no Parque do Gerês conta com oito espécies, das quais a mais importante em termos de conservação é o morcego-arborícola-pequeno.
Vaca cachena e boi barrosão
Ainda se pode ver o milhafre-real, a águia-de-asa-redonda, o falcão, o bufo-real, a coruja-do-mato e o mocho-de-orelhas-pequenas. A águia-real, ainda pode ser vista, embora esteja em vias de extinção.
Águia-real, coruja e víbora
De répteis, subsistem a cobra-d’água, o lagarto d’água e a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica). A víbora (Vipera latastei e Vipera Seonei) está ainda bem representada no Parque. A Vipera Seonei é uma espécie endémica do Norte da Península Ibérica e a apenas existe em Portugal na zona do PNPG.
Fonte: Naturlink
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
ZONAS HÚMIDAS
RN Estuário do tejo - Alcochete -2004 ( foto do Núcleo de Lisboa da Quercus)
Em redor, deste estuário, um dos mais importantes da Europa, subsiste ainda uma paisagem com sapais, bancos de lodo, vestígios de antigas salinas e viveiros de peixe, entretanto desactivados, e, ainda, evidências de património de interesse histórico-arqueológico ligado a antigas práticas sustentáveis de exploração dos recursos do estuário, nomeadamente, os moinhos de maré e seus viveiros, que são necessário preservar.
As zonas húmidas litorais (lagoas, sapais, estuários) constituem um meio privilegiado para a sobrevivência e reprodução de muitas espécies animais terrestres e aquáticas. As condições abióticas específicas destes locais proporcionam a existência de uma grande riqueza piscícola, de bivalves e a grande diversidade de aves. No entanto, a caça excessiva, a poluição, a drenagem e o enxugo de terrenos constituem ameaças à sobrevivência destes espaços naturais.
Fonte: ICN
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
A "VIDA" DAS ROCHAS - AS PEDRAS PARIDEIRAS
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
PEDRAS PARIDEIRAS
Na aldeia de Castanheira, perto de Arouca, na serra da Freita, há pedras a parir pedra. O povo da região chama-lhes as pedras parideiras. Na Castanheira, a pedra-mãe, é o granito. "As jogas são as pedras paridas. Elas vão crescendo devagar dentro das lajes e depois saltam fora" - garante Manuel Tavares, agricultor. "E do sítio de onde elas saem fica um pretinho por baixo, sempre um vãozinho preto e depois torna outra joga a crescer com o tempo e torna a saltar".
Às jogas, os miúdos de Castanheira chamam ovelhas e os geólogos encraves. Fernando Noronha, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, é de opinião que a autarquia de Arouca e o povo da Castanheira são entidades fundamentais para ajudar a salvar estes "importantes monumentos geológicos: coisa rara que não se pode deixar destruir".
Para Fernando Noronha, a chave para a compreensão das pedras parideiras aconselha a fazer uma fantástica viagem no tempo: "Temos de imaginar uma coisa com muitos milhões de anos. Se tivermos essa capacidade, podemos ver uma rocha desde a nascença quase até à morte. Simplesmente ela nunca morre, porque reincarna noutra. É um ciclo litológico". E conclui: "Como há rochas ígneas, rochas sedimentares e rochas metamórficas, elas nunca morrem. Uma quando acaba dá lugar a outra". O granito da Castanheira, aquando da sua formação ou instalação, terá agregado no seu seio restos de rochas preexistentes. Esses materiais deram origem a formações nodulosas de predominância biotítica (encraves ou jogas). Já depois disso, há 320 milhões de anos, o granito terá sofrido poderosas deformações. As pressões que estiveram na origem deste processo exerceram-se também sobre os encraves e determinaram o seu achatamento.
Entretanto, as massas graníticas que afloraram à superfície do solo vão-se, nos nossos dias, desagregando e libertam os encraves. E Fernando Noronha conclui: "O partir do granito é que vai libertar os seus prisioneiros que são os encraves, processo facilitado pela acção erosiva".
Adaptado de:
REPORTAGEM publicada por Augusto Baptista na revista "Notícias Magazine" em 16 de Maio de 1993
In http://arouca.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_08.html