sábado, 3 de fevereiro de 2007


Os recursos minerais embora sejam recursos renováveis não podem ser considerados como tal porque demora muito tempo a sua formação. Assim, se esses recursos forem explorados em demasia terão tendência a esgotar-se e no futuro não existirem em quantidade suficiente para suprir as necessidades de crescimento das sociedades mais industrializadas. O Homem só há alguns anos teve consciência de que não é possível um crescimento ilimitado num planeta limitado, dado que os recursos renováveis terão um dia de chegar ao fim. Os recursos actuais da Terra não aguentarão o ritmo das taxas actuais de crescimento populacional e económico. Existem estudos que apontam para o esgotamento próximo das reservas minerais, pelo que há que planear o consumo futuro dessas reservas.

A sociedade actual valoriza mais o aspecto economicista, considerando as rochas como um recurso a explorar. Vejamos o caso das rochas ornamentais portuguesas.

Em Portugal, de Norte a Sul, abundam grande variedade de tipos de rochas - mármores, granitos, calcários, xistos, entre outras. O emprego da pedra, contribui para o melhor aproveitamento e valorização dos recursos de que o País dispõe. A modernização das indústrias extractiva e transformadora, com a adopção de novos métodos de desmonte e serragem e com a utilização das mais recentes técnicas de polimento, tem contribuído decisivamente para a manutenção e o incremento da procura que, tradicionalmente, distingue as rochas portuguesas.
0 relançamento da indústria do sector tem possibilitado, desde já, o aumento da rentabilidade e da qualidade do fabrico e a incorporação de um valor acrescentado bastante satisfatório no produto transformado relativamente ao preço da matéria-prima e, consequentemente, o aumento da competitividade e valorização dos produtos portugueses no mercado internacional.
Apesar de apenas a partir da década de 80 se ter procedido à sua caracterização sistemática, fundamentando-se as múltiplas aplicações de que são susceptíveis, as rochas ornamentais portuguesas beneficiam de elevada preferência em muitos países da Europa e em alguns dos países Árabes e do Oriente desde longa data. Efectivamente, as suas naturais qualidades não passam despercebidas aos mais exigentes apreciadores, pelo que a sua procura tem vindo a aumentar progressivamente. 0 sucesso do indispensável incremento do sector ver-se-á facilitado através de todo o trabalho de certificação e de garantia da qualidade já iniciado e pelo esforço envidado pelos industriais no cumprimento dos quantitativos e dos prazos de entrega fixados.
No ano de 2003, a produção de rochas ornamentais portuguesas excedeu as 1.600.000 Toneladas, num valor aproximado de 110 milhões de euros. Estes números são a garantia de que o sector das rochas ornamentais constitui um seguro factor de desenvolvimento com base numa riqueza natural de que o País dispõe em abundância.
A arte de trabalhar a pedra deixou, no nosso País, bem marcados os traços da sua incessante evolução desde as épocas a que remontam os instrumentos e os monumentos Pré-Históricos que chegaram até nós até à era dos modernos edifícios e das grandes obras de engenharia e arquitectónica, atestando sempre a eficiente utilização dessa matéria-prima ao tirar partido das suas naturais qualidades de beleza, durabilidade e fácil conservação.
Em particular, pontes, calçadas e edifícios romanos, castelos dos primeiros tempos da nacionalidade, os mosteiros de Alcobaça, da Batalha e dos Jerónimos, o grandioso convento de Mafra, palácios e outras obras monumentais de diversas épocas, encontram-se intrinsecamente ligados à nossa História constituindo marcos vivos dos tempos decorridos e exibem, na sua robustez ou na sua sumptuosidade, o rigor das técnicas de trabalho utilizadas pelos nossos antepassados.
Embora tenha dado maior enfâse ao aspecto economicista nesta reflexão parece-me que o aspecto histórico, cientifico e estético serão também valorizados pela sociedade. No exemplo das rochas ornamentais o aspecto economicista está intrinsecamente ligado ao aspecto científico e estético não deixando de estar ligado ao aspecto histórico dado a tradição milenária de trabalhar a pedra em Portugal

(Adaptado de rop.ineti.pt)

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