segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

ZONAS HÚMIDAS


Uma zona húmida é:
“ uma área de sapal, paul, turfeira ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água parada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo águas marinhas até seis metros de profundidade, na maré baixa e zonas costeiras e ribeirinhas”.
Esta definição inclui todos os ambientes aquáticos do interior e zona costeira marinha e foi adoptada pela Convenção de Ramsar sobre Zonas Húmidas, em vigor desde 21 de Dezembro de 1975.
Portugal assinou a Convenção em 9 de Outubro de 1980 e ratificou-a em 24 de Novembro do mesmo ano (Decreto-Lei nº101/80, de 9 de Outubro), mas apenas entrou em vigor em 24 de Maio de 1981.
A Lagoa de Santo André ( Santiago do Cacém) é uma importante zona húmida e um dos 17 sítios RAMSAR de Portugal. Outro exemplo de zona húmida são os estuários, alguns considerados sítios Ramsar, como o Estuário do Rio Tejo.


RN Estuário do tejo - Alcochete -2004 ( foto do Núcleo de Lisboa da Quercus)

Em redor, deste estuário, um dos mais importantes da Europa, subsiste ainda uma paisagem com sapais, bancos de lodo, vestígios de antigas salinas e viveiros de peixe, entretanto desactivados, e, ainda, evidências de património de interesse histórico-arqueológico ligado a antigas práticas sustentáveis de exploração dos recursos do estuário, nomeadamente, os moinhos de maré e seus viveiros, que são necessário preservar.

As zonas húmidas litorais (lagoas, sapais, estuários) constituem um meio privilegiado para a sobrevivência e reprodução de muitas espécies animais terrestres e aquáticas. As condições abióticas específicas destes locais proporcionam a existência de uma grande riqueza piscícola, de bivalves e a grande diversidade de aves. No entanto, a caça excessiva, a poluição, a drenagem e o enxugo de terrenos constituem ameaças à sobrevivência destes espaços naturais.

Fonte: ICN

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

A "VIDA" DAS ROCHAS - AS PEDRAS PARIDEIRAS



Na aldeia de Castanheira, na Serra da Freita, concelho de Arouca existe um fenómeno raro no mundo. Chamam-lhe as “Pedras Parideiras”, pois são pedras que parem pedras…


O afloramento tem a forma de uma janela granítica oval, com 500x700m e apresenta no seu seio formações nodulosas. Os curiosos nódulos têm forma de disco biconvexo que pode chegar aos 15-20 cm e diâmetro e 5-6cm de altura máxima. O seu núcleo é composto essencialmente por quartzo e feldspato e está envolvido numa coroa tipicamente biotítica (mica preta).




Entretanto, as massas graníticas que afloraram à superfície do solo vão, por acção da meteorização mecânica, nos nossos dias, desagregando-se e libertando os referidos encraves. A pedra racha e parte – porque tem uma foliação bem marcada – e nessa altura o nódulo de biotite sai. O que se passa neste caso é uma acção conjunta da meteorização pela acção do gelo (gelivação), e pela acção do calor (crioclastia/termoclastia).


A termoclastia constitui um tipo de agente de meteorização, provocada pela variabilidade da temperatura na superfície dos materiais rochosos, provocando uma variação no volume. Os encraves dilatam-se, como reacção a temperaturas elevadas, e contraem-se por reacção ao arrefecimento. Como as rochas são em geral agregados poliminerálicos, e devido ao facto de cada mineral apresentar diferentes valores de coeficiente de dilatação, surgem diferentes velocidades de expansão e contracção. As partes mais externas das rochas, sujeitas a fortes amplitudes térmicas diurnas vão-se fracturando.



A desagregação pela gelivação é das mais eficazes em termos de fracturação, embora seja um mecanismo de carácter sazonal e que ocorre, predominantemente, em zonas de alta montanha. Este agente, contribui activamente para o “parir” do nódulo de biotite. A água contida nas fracturas, quando a temperatura é menor que 0ºC, começa a gelar na parte mais superficial. À medida que a temperatura exterior baixa, as cunhas de gelo vão crescendo no interior das fracturas. A água ao congelar, aumenta de volume (cerca de 10%), exercendo consequentemente, uma grande pressão, no interior dessas fracturas, provocando o seu alargamento e prolongamento. Logo, promove a desagregação das rochas, e o consequente “parir” do encrave biotítico.



As Pedras Parideiras, afloram à superfície da rocha, desprendem-se e vão-se acumulando no solo e os camponeses da região chamam à rocha "a pedra que pare pedra", isto é, a rocha que produz uma outra rocha.

Adapatado de : A''Vida'' das Rochas, as Pedras Parideiras.htm, Artigo no âmbito da colaboração Visionarium/ Ciência Hoje, 2006-02-09, por José Manuel Lobo e Bruno Manuel Rodrigues Novo.
Nota- Todas as fotos foram feitas por mim quando visitei o local, em Fevereiro de 2007.


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

PEDRAS PARIDEIRAS

Um fenómeno espantoso, talvez único em todo o planeta.

Na aldeia de Castanheira, perto de Arouca, na serra da Freita, há pedras a parir pedra. O povo da região chama-lhes as pedras parideiras. Na Castanheira, a pedra-mãe, é o granito. "As jogas são as pedras paridas. Elas vão crescendo devagar dentro das lajes e depois saltam fora" - garante Manuel Tavares, agricultor. "E do sítio de onde elas saem fica um pretinho por baixo, sempre um vãozinho preto e depois torna outra joga a crescer com o tempo e torna a saltar".
Às jogas, os miúdos de Castanheira chamam ovelhas e os geólogos encraves. Fernando Noronha, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, é de opinião que a autarquia de Arouca e o povo da Castanheira são entidades fundamentais para ajudar a salvar estes "importantes monumentos geológicos: coisa rara que não se pode deixar destruir".
Para Fernando Noronha, a chave para a compreensão das pedras parideiras aconselha a fazer uma fantástica viagem no tempo: "Temos de imaginar uma coisa com muitos milhões de anos. Se tivermos essa capacidade, podemos ver uma rocha desde a nascença quase até à morte. Simplesmente ela nunca morre, porque reincarna noutra. É um ciclo litológico". E conclui: "Como há rochas ígneas, rochas sedimentares e rochas metamórficas, elas nunca morrem. Uma quando acaba dá lugar a outra". O granito da Castanheira, aquando da sua formação ou instalação, terá agregado no seu seio restos de rochas preexistentes. Esses materiais deram origem a formações nodulosas de predominância biotítica (encraves ou jogas). Já depois disso, há 320 milhões de anos, o granito terá sofrido poderosas deformações. As pressões que estiveram na origem deste processo exerceram-se também sobre os encraves e determinaram o seu achatamento.
Entretanto, as massas graníticas que afloraram à superfície do solo vão-se, nos nossos dias, desagregando e libertam os encraves. E Fernando Noronha conclui: "O partir do granito é que vai libertar os seus prisioneiros que são os encraves, processo facilitado pela acção erosiva".
Adaptado de:
REPORTAGEM publicada por Augusto Baptista na revista "Notícias Magazine" em 16 de Maio de 1993
In http://arouca.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_08.html

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Meio Ambiente - Ecologia Profunda



Os anos 90 representam a década do meio ambiente, não por decisão nossa, mas porque os acontecimentos quase fogem ao nosso controle.
A ecologia profunda vê os seres humanos como apenas um fio na teia da vida. Reconhece que estamos todos ligados à natureza e somos dependentes dela. Cada organismo — da diminuta bactéria, passando pela vasta gama de plantas e animais, até chegar aos seres humanos — é um todo integrado e, portanto, um sistema vivo.

É urgente uma ética ecológica profunda, especialmente na ciência, já que a maior parte daquilo que os cientistas estão fazendo não preserva a natureza, mas destrói-a:

Físicos criam armas que ameaçam varrer a vida do planeta;

Químicos contaminam o meio ambiente;

Biólogos criam novos e desconhecidos microrganismos sem medir as consequências;

Cientistas torturam animais em nome do progresso científico.

Com todas essas atividades em marcha, é claro como a luz do dia que introduzir padrões éticos na ciência moderna é mais do que urgente. Precisamos estar dispostos a questionar tudo e abandonar a busca cega de crescimento sem restrições.

Uma sociedade sustentável é aquela que não reduz as oportunidades das futuras gerações.

A Terra é nosso lar comum

e criar

um mundo sustentável

para nossos filhos e para as futuras gerações

é tarefa de todos nós

Adapatado de Fritjof Capra

Fonte: wwwtaps.org.br/Páginas/Meioambiente.html

ÉTICA AMBIENTAL : ECOLOGIA PROFUNDA



Fonte: Quercus


Mas afinal o que é a Ecologia Profunda? O Jornal Quercus Ambiente foi procurar saber mais sobre esta corrente, em leituras e em conversa com Cristina Beckert, presidente da Sociedade de Ética Ambiental e professora de filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.


No movimento ambientalista e na filosofia ambiental coexistem várias correntes. A edição próxima e recente de dois livros sobre Ecologia Profunda e Ética Ambiental vêm despertar o interesse por estas perspectivas, por cá pouco conhecidas e debatidas.

"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os factos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que ela tinha a ensinar-me, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido", escreveu Thoreau no seu "Walden ou A Vida nos Bosques". Thoreau que foi um dos inspiradores da Ecologia Profunda.

Como Ralph Waldo Emerson ou, noutros domínios, Aldo Leopold ou ainda Espinosa e o seu Panteísmo, conforme refere Jorge Marques da Silva na sua análise incluída no livro "Éticas e Políticas Ambientais" organizado por Cristina Beckert e Maria José Varandas.

Autores de referência da Ecologia Profunda: o fundador Arne Naess, George Sessions e Bill Devall. Este dois últimos, autores de um livro recentemente editado em Portugal, "Ecologia Profunda - Dar Prioridade à Natureza na Nossa Vida".

"A ecologia profunda surge nos anos setenta, com um artigo de Arne Naess, um norueguês, que pela primeira vez distinguiu entre aquilo que designou como Shallow e Deep Ecology, portanto uma Ecologia Superficial e uma Ecologia Profunda. E, a partir daí, de algum modo esta terminologia passou a ser adoptada", conta Cristina Beckert. E desenvolve: "O que é que este autor entende por Ecologia Superficial e Ecologia Profunda? No fundo, a Ecologia Superficial, para o autor, são aquelas preocupações ambientais que estão fundamentalmente centradas em preservar os recursos naturais para a utilização do ser humano. O que interessa é a preservação do/pelo desenvolvimento humano e não propriamente a natureza em si. Ora, aquilo que ele propõe é precisamente uma atitude diversa, ou pelo menos mais profunda, daí é que adoptaram a designação de Ecologia Profunda, no sentido de a nossa relação com a natureza não ser uma relação meramente superficial, quase que de instrumentalização da natureza para os nossos interesses, mas que consiste antes em ver na natureza um valor em si mesmo, ou seja há um valor intrínseco da natureza.

Esta atitude implica sobretudo uma crítica e um pôr um causa da tendência antropocêntrica de toda a cultura ocidental, com algumas excepções, como é óbvio, e implica uma atitude holista, de ver a natureza como um todo, ver o ser humano como parte integrante da natureza e não como um ser à parte, fora da natureza, que a domina e que a controla".


AMBIENTE INSULAR - AÇORES

(Fonte - Universidade dos Açores)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Os valores da Geodiversidade



Devido às dificuldades que tenho sentido em interiorizar este tema, e para dar uso ao blogger, resolvi anotar aqui algumas ideias resumidas resultantes da leitura que fiz do capítulo 2. do livro de José Brilha, dos valores atribuídos à Geodiversidade.

Se à Geodiversidade se justifica proteger e conservar é porque se lhe atribui algum valor.

Segundo proposta de Gray (2004) os valores da geodiversidade a considerar:

O valor intrinseco - muito subjectivo, ligação às perspectivas filosóficas e religiosas de cada sociedade e cultura. Assim pode-se considerar o Homem, como ser de nível superior aos outros seres vivos da Terra, mas outros haverá que consideram o Homem inserido na Natureza e dela fazendo parte integral. No entanto, o valor intrínseco da geodiversidade é independente da forma como é valorizado o Homem.

Sobre este tema fiz algumas leituras mas tive algumas dificuldades, tendo em conta o aspecto filosófico que o tema requer e que não me sinto muito à vontade para discutir.

Assim passarei a anotar aspectos menos subjectivos e posteriormente tentarei reflectir em critérios de valorização que envolvem as diversas perspectivas teóricas.

Assim, após o valor intrínseco, considera, Brilha:

O valor cultural - valor da geodiversidade ligado a questões arquiológicas e históricas. O valor cultural está ligado a castros e castelos, nome de povoações, lendas, desenvolvimento da cerâmica, construção tradicional, ocorrência de fósseis, entre outros exemplos elucidativos.

O valor estético - é também uma atitude subjectiva, mas que se encontra ligada à observação de paisagens, e no caso, específico da produção artística inspirada na geodiversidade, que constitui património cultural de todos nós.





O valor económico - materiais geológicos (minerais, rochas, fósseis) têm o seu valor económico. A dependência da geodiversidade em termos energéticos (exploração do petróleo, do carvão, do gás natural, dos minerais radioactivos, calor interno da Terra, construção de barragens, aproveitamento da energia das marés e das ondas), a utilização de águas subterrâneas em especial, em anos de seca, e, ainda as aplicações das pedras e fósseis em joalharia e o seu comércio para colecções privadas.

O valor funcional - o valor funcional da geodiversidade pode ser de utilidade para o Homem dado que tem utilização nas mais variadas actividades humanas (vias de comunicação, barragens), armazenagem de resíduos em aterros, utilização do solo na agricultura e na produção vegetal, entre outras. No entanto, a geodiversidade pode como suporte de sistemas físicos e ecológicos, como se verificar-se na existência de abutres em arribas escarpadas do Rio Águeda, no Parque Natural do Douro Internacional.

O valor científico e educativo - A investigação científica ajuda a conhecer e a interpretar a geodiversidade e a reconstituir a história da Terra, contribuindo também para melhorar a relação do Homem com a geodiversidade. As saídas de campo proporcionadas pelas escolas,

sábado, 3 de fevereiro de 2007


Os recursos minerais embora sejam recursos renováveis não podem ser considerados como tal porque demora muito tempo a sua formação. Assim, se esses recursos forem explorados em demasia terão tendência a esgotar-se e no futuro não existirem em quantidade suficiente para suprir as necessidades de crescimento das sociedades mais industrializadas. O Homem só há alguns anos teve consciência de que não é possível um crescimento ilimitado num planeta limitado, dado que os recursos renováveis terão um dia de chegar ao fim. Os recursos actuais da Terra não aguentarão o ritmo das taxas actuais de crescimento populacional e económico. Existem estudos que apontam para o esgotamento próximo das reservas minerais, pelo que há que planear o consumo futuro dessas reservas.

A sociedade actual valoriza mais o aspecto economicista, considerando as rochas como um recurso a explorar. Vejamos o caso das rochas ornamentais portuguesas.

Em Portugal, de Norte a Sul, abundam grande variedade de tipos de rochas - mármores, granitos, calcários, xistos, entre outras. O emprego da pedra, contribui para o melhor aproveitamento e valorização dos recursos de que o País dispõe. A modernização das indústrias extractiva e transformadora, com a adopção de novos métodos de desmonte e serragem e com a utilização das mais recentes técnicas de polimento, tem contribuído decisivamente para a manutenção e o incremento da procura que, tradicionalmente, distingue as rochas portuguesas.
0 relançamento da indústria do sector tem possibilitado, desde já, o aumento da rentabilidade e da qualidade do fabrico e a incorporação de um valor acrescentado bastante satisfatório no produto transformado relativamente ao preço da matéria-prima e, consequentemente, o aumento da competitividade e valorização dos produtos portugueses no mercado internacional.
Apesar de apenas a partir da década de 80 se ter procedido à sua caracterização sistemática, fundamentando-se as múltiplas aplicações de que são susceptíveis, as rochas ornamentais portuguesas beneficiam de elevada preferência em muitos países da Europa e em alguns dos países Árabes e do Oriente desde longa data. Efectivamente, as suas naturais qualidades não passam despercebidas aos mais exigentes apreciadores, pelo que a sua procura tem vindo a aumentar progressivamente. 0 sucesso do indispensável incremento do sector ver-se-á facilitado através de todo o trabalho de certificação e de garantia da qualidade já iniciado e pelo esforço envidado pelos industriais no cumprimento dos quantitativos e dos prazos de entrega fixados.
No ano de 2003, a produção de rochas ornamentais portuguesas excedeu as 1.600.000 Toneladas, num valor aproximado de 110 milhões de euros. Estes números são a garantia de que o sector das rochas ornamentais constitui um seguro factor de desenvolvimento com base numa riqueza natural de que o País dispõe em abundância.
A arte de trabalhar a pedra deixou, no nosso País, bem marcados os traços da sua incessante evolução desde as épocas a que remontam os instrumentos e os monumentos Pré-Históricos que chegaram até nós até à era dos modernos edifícios e das grandes obras de engenharia e arquitectónica, atestando sempre a eficiente utilização dessa matéria-prima ao tirar partido das suas naturais qualidades de beleza, durabilidade e fácil conservação.
Em particular, pontes, calçadas e edifícios romanos, castelos dos primeiros tempos da nacionalidade, os mosteiros de Alcobaça, da Batalha e dos Jerónimos, o grandioso convento de Mafra, palácios e outras obras monumentais de diversas épocas, encontram-se intrinsecamente ligados à nossa História constituindo marcos vivos dos tempos decorridos e exibem, na sua robustez ou na sua sumptuosidade, o rigor das técnicas de trabalho utilizadas pelos nossos antepassados.
Embora tenha dado maior enfâse ao aspecto economicista nesta reflexão parece-me que o aspecto histórico, cientifico e estético serão também valorizados pela sociedade. No exemplo das rochas ornamentais o aspecto economicista está intrinsecamente ligado ao aspecto científico e estético não deixando de estar ligado ao aspecto histórico dado a tradição milenária de trabalhar a pedra em Portugal

(Adaptado de rop.ineti.pt)